Desde que finalizei a reescrita de Semente de Âmbar, em meados de agosto de 2022, eu venho “trabalhando” em Ritos da Criação. Em aspas, pois não havia pegado firme na produção dessa nova história de Silhuetas na Penumbra.
Ritos da Criação foi um “volume bônus” que eu publiquei no Wattpad em 2017. Naqueles escritos, Ritos da Criação não era uma narrativa longa com falas, cenas, descrição de cenários e etc. Eram trechos descrevendo os acontecimentos da linha do tempo desde a criação do mundo até o empate da guerra entre Ordem e Caos.
Porém, após alguns meses revisitando esses manuscritos, modificando algumas passagens e incluindo trechos que foram alterados para a nova edição de Semente de Âmbar nas cenas que Elisa descobre sobre a verdade oculta sobre o Véu da Realidade e como o mundo o qual ela vive foi originado, e incluindo uma nova trama, conspirações e novos personagens, no dia 16 de março de 2023 eu, finalmente, comecei a escrita de Ritos da Criação.
Após concluir minha agenda diária de trabalhos, demandas e entregas com meus clientes, voltei a ficar de frente ao computador por volta das 22h e abri o arquivo com o planejamento completo dessa nova história.
Eu sempre escrevo em um documento separado a premissa, os personagens e resumidamente os acontecimentos de cada capítulo. Nem sempre eu sigo a risca o que eu havia planejado, mas é um bom norteador para não se perder ao longo da escrita.
O que era para ser algumas horas se dedicando a produção, acabou me fazendo virar a madrugada e finalizar a “primeira parte” de Ritos de Criação. O livro será intercalado em atos e capítulos, sendo os atos a descrição dos acontecimentos da criação e os capítulos apresentando a história de Isaque, Amanayara, Azarias, Mercedes, Darlan, Evelyn e muitos outros novos personagens que farão parte desse universo de Silhuetas na Penumbra.
Já as novidades sobre Semente de Âmbar; tenho postado algumas atualizações no meu perfil do Instagram. Já posso dizer que reunião de alinhamento com a editora aconteceu, e a previsão de lançamento é para o segundo semestre de 2023. A capa, inclusive, já está pronta e aprovada e em breve será revelada nas minhas redes sociais e também da Editora Pendragon.
E como estou MUITO empolgado com os rumos que o universo de Silhuetas na Penumbra está tomando, vou deixar aqui o 1º ato do original de Ritos da Criação:
1° ATO - AS LÁGRIMAS DA CRIAÇÃO
No princípio tudo era sombras. O Tempo e o Universo se firmaram quando um urro misto de dor, alívio e desespero ecoou pelo vazio gerando A Luz em explosões multicoloridas.
Com o despertar da Luz Primordial a Sombra Primária também se levantou. Se uma entidade era carregada de energia cósmica e benevolente, a outra pulsava com as trevas em sua essência.
As duas energias guerrearam, uma para reivindicar seu espaço na Criação, outra para permanecer absoluta no infinito. A cada colisão, surgia uma enorme esfera de fogo no centro do Universo e sua expansão lançava tentáculos de fogo pelo espaço, explodindo ao longe e criando a matéria. A Luz Primordial venceu a disputa e nomeou seu adversário de Anhaú. De posse do seu nome A Luz conheceu a origem, os mistérios da energia escura, a verdadeira forma daquela criatura e a exilou para além da compreensão.
Transmutando-se em matéria, A Luz Primordial assumiu uma forma antropomórfica e assexuada e em seus membros desenhou com luz diversos símbolos representando seus muitos nomes, para o Universo ele se apresentou apenas como O Artífice. Assim, o Artífice saiu do grande globo em chamas e flutuou pela vastidão do Universo contemplando sua grandiosidade. A visão do infinito o comoveu e dos seus olhos caíram duas lágrimas, estas por sua vez, ao serem lançadas no infinito, assumiram duas formas de membros translúcidos. O Artífice tomou aqueles seres gêmeos na palma de sua mão e os nomearam de Anhang e Ainkan, lhe dando o dom da existência e os presenteando com três pares de asas a fim de ajudá-lo na Criação.
Os gêmeos ergueram voo, das asas de Anhang se desprenderam cinco penas e Ainkan as tomou na mão canalizando nelas a energia pulsante e benevolente que emanava do Artífice. As penas ganharam a forma de corpos diáfanos semelhantes aos gêmeos, porém com apenas dois pares de asas. Assim como fez com Anhang e Ainkan, O Artífice soprou cinco nomes: Heylel, Gabriel, Uriel, Miguel e Rafael se tornaram seres existentes, junto com Anhang e Ainkan eles se tornaram os primeiros Celestiais.
Anhaú, exilado em corpo do início da Criação, mas presente em consciência, permaneceu apenas observando os primeiros feitos do Artífice e esperando o momento para se vingar e mergulhar toda a Criação na escuridão e no vazio.
Espero que tenha gostado, e até a próxima
Um grande abraço e obrigado por ler até aqui.
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